Pesquisar este blog

segunda-feira, 8 de março de 2010

O meu...o dela... o nosso dia.

8 de março, dia da mulher.

Não consigo deixar de pensar na minha filha, uma mulher em lapidação. Lapidação sim e não "em formação".

Explico: a Alice não é uma mulher em formação, isso ela era quando ainda estava no meu útero. Ela nasceu uma mulher completa, inteira, transbordante de potencialidades que serão descobertas com o tempo, lapidadas tal qual uma pedra preciosa.

E quem vai lapidar essa jóia? Obviamente que o mundo deixará suas marcas, indeléveis ou não. Muitas das quais serão resultado das escolhas que a Alice fará, conscientemente ou não.

Mas quem irá direcionar o processo, dar um tom, uma cor para tudo isso serei eu. E mesmo depois que ela ganhar asas eu vou continuar voando junto como uma companheira de jornada.

Nesse dia da mulher, o primeiro da vida da minha filha, eu me pego pensando nas coisas que eu desejo para ela. Tomara que ela as deseje também, senão...paciência...para mim.
Mas penso, de qualquer maneira.

Quero muito que a Alice seja uma mulher legal. Mas acima de tudo quero que ela seja uma mulher FELIZ.

E se por alguma razão incompreensível para o meu entendimento ela achar que não sendo uma pessoa legal é que será feliz, a mim caberá continuar amando, não sem me questionar eternamente onde terei errado. E continuarei eternamente tentando lhe mostrar o que acho certo, na esperança que mude de idéia.

Porque é assim que sei ser mãe.

Sábado assisti de novo o filme "Ray" (para quem não viu, é sobre a vida o Ray Charles).

E a cena que mais me tocou, com a qual eu me identifiquei a ponto de sentir a garganta transformada em um nó cego e os olhos arderem foi bem no final (quem não viu o filme me desculpe, mas tenho que comentar).

Foi a cena em que ele, já na clínica de reabilitação tem uma visão/sonho/delírio com a mãe dele, já falecida. Ela passa uma bronca daquelas que só as mães sabem passar quando fazemos coisas erradas. E depois disso ela dá o apoio que só as mães sabem dar quando precisamos nos levantar, e fala algo do tipo "...eu sempre estive aqui com você".

Chorei.

Já tinha ficado emocionada na outra vez que vi o filme com olhos de filha. Mas agora assisti com olhos de mãe.

E me dei conta que absolutamente tudo, mas tudo que exitiu e existe no mundo eu agora enxergo não apenas pelos olhos de uma mulher, mas pelos olhos de uma mulher que é também mãe. E isso nunca mais irá mudar.

Então, parabéns para nós mulheres. Que eu possa ajudar a minha filha a crescer e ser feliz como mulher, feliz como ser humano, plena e segura. Que ela possa ser uma mulher consciente e fazer suas escolhas com sabedoria; que não se martirize pelos tropeços da vida, mas aprenda e compreenda a lição dos seus erros. Afinal se perder pelo caminho não é vergonha nenhuma desde que se tenha coragem e humildade para voltar ao rumo certo.

E lembre que eu vou estar sempre ao lado dela nessa caminhada pela vida. Mesmo depois que o meu caminho tiver terminado e o dela continuar, eu seguirei dentro do seu coração onde ela for.

Nenhum comentário: