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sábado, 30 de abril de 2011

Coisa curiosa...

Coisa curiosa...

"A vida não é brincadeira, amigo
A vida é arte do encontro
Embora haja tanto desencontro pela vida..." (Vinícius de Moraes)

Algumas pessoas carregam uma parte de nós (ou nós carregamos uma parte delas?). 
Reencontrá-las (ainda que virtualmente) é como rever partes de nós mesmos que - infelizmente-  ás vezes até esquecemos que um dia existiram.

 E no meu caso, como tem partes minhas espalhadas por esse mundo!!!  Algumas estão distantes algumas centenas de quilômetros;  uma delas apenas está a milhares...do outro lado do oceano. E uma outra está tão, mas tão perto, mas é como se estivesse do outro lado do mundo, tamanho o oceano de distância que se fez... 

Enquanto algumas pessoas de uma certa forma estão 'saindo de cena' (em todos os setores e aspectos), outras pessoas que um dia fizeram parte da minha vida e estão inseridas na minha história estão voltando.
 Algumas de sopetão, outras devagarinho...mas de volta, decidida e indiscutivelmente de volta.

 Mais do que voltarem para minha convivência, estão - de certa forma - me ajudando a voltar para mim mesma.
 E quer saber? Eu estou muito, mas muito feliz. E mais feliz ainda porque agora a Alice é minha companheira nessa caminhada e vai poder conviver com pessoas muito legais.


terça-feira, 19 de abril de 2011

Pausa para o acampamento...

Pois é.
 Nos mudamos (eu, Alice e a Isis -  nossa gata). 
 Casa nova, dias sem internet, muitas e muitas caixas, bagunça que parece interminável e diversos problemas no apartamento que só agora deram as caras... estamos vivendo meio acampadas,  mas felizes.
 Vou ali e já volto! Não me abandonem!! 
 Até daqui a pouco, bem pouquinho...

sábado, 9 de abril de 2011

Letra e música...

 Essa música me deu um nó na garganta a primeira vez que ouvi, quando aluguei o filme muito por acaso (acho que foi sugestão do pessoal da locadora...será? nem lembro mais). Na verdade a letra tocava muito no meu momento pessoal na época, enfim...
A primeira vez que vi o filme foi em julho de 2007, e hoje por acaso está passando em um canal qualquer da tv a cabo.
 E o nó na garganta voltou (ou sempre esteve aqui?), a diferença é que agora ele não me sufoca tanto. Na verdade nunca mais vai me sufocar porque afinal, uma das coisas legais dessa tal maturidade é que a gente aprende a conviver com as dores até o dia em que elas se transformam em meras cicatrizes...

Tudo termina onde começa... e a vida é um eterno ciclo.






*Ps: tentei incorporar o vídeo mas não consegui...sorry! Alguém me ensina???

Blogagem coletiva: maternidade real.

 
Eu sei que tou nos 45 do segundo tempo para falar no assunto (aliás, belíssima iniciativa da blogsfera, valeu Carol). E pensei mesmo em várias coisas para escrever mas todas as mães-colegas-blogueiras-mulheres reais que conheço virtualmente já falaram tudo, enfim. Concordo com muitas coisas que li. E me sinto um pouco mais normal (ou um pouco menos freak?) quando vejo que a culpa parece ser um sentimento que (infelizmente) vem de braços dados com a maternidade. 


E concordo: as espectativas (nossas, dos outros, do cachorro, do gato, do passarinho...) atrapalham e muito. E não ajuda nada a convivência (física ou virtual) com mães que insistem em dizer que " - Para mim é/foi tudo tããããão perfeito, não sei qual o teu problema..." e te olham com aquela cara de quem tá no Zoo vendo o último urso panda criado em cativeiro (oiiiii olheiras de mães que dormem pouco!!!). Enfim.

 O que posso complementar

Eu não tinha a menor noção da realidade da maternidade (alguém tem???) antes de...bem...ser mãe. Tá aí uma experiência que é como aquela viagem de intercâmbio para um país onde a gente não sabe falar a língua nativa, só conhece por documentário e por mais que os amigos que já tenham ido até lá te cubram de dicas e relatos, a gente SEMPRE ACHA QUE NA NOSSA VEZ VAI SER DIFERENTE (háháhá...eu caí nessa pegadinha do meu próprio ego, e vcs?).


A gravidez em geral é como aquela fase pré-viagem, pré- aventura. Sabe quando a gente olha mil folhetos, risca e rabisca o mapa fazendo planos de vou aqui e vou ali? Quando a gente faz listas das coisas m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a-s que quer trazer? Dos lugares incríveis que quer fotografar? Então...a gravidez é isso... Planos, planos e planos. 
E muita idealização, muito sonho, fofurices e gente te paparicando. 

A barriga é a estrela da vez. Eu, por exemplo, não tinha sossego...minha barriga (que eu exibia com MUITO orgulho) era parada até na fila do super. 
Cara, uma vez eu super concentrada escolhendo toalhas de banho num lojão do centro da cidade, barriga de 39 semanas explodindo, de repente dou um pulo, maior susto quando sinto uma mão estranha deslizar em cima do meu umbigo. Era uma moça (cara de pau master, crianças: jamais toquem uma barriga grávida sem pedir antes, ok?) que me olhou e disse: "- Ahhh,  que barriga linda, eu tinha que tocar!". Eu só conseguia grunhir: "-Hunnnghh..." (na minha cabeça passava algo do tipo: "&%$#@!J*&¨", saca?).

Então o grande dia chega, a gente vai lá toda emocionada, malas prontas para a maior aventura de nossas vidas. E querem saber? Vai ser a maior aventura mesmo. Mas esquece aquela coisa "Fantasy Island" e pensa em algo mais no estilo "Perdidos na Selva" (e sem bússola, fósforo, mapa,  GPS, celular e sem o manual do escoteiro mirim).

 Pois então, mesmo com todo o sufoco dos primeiros tempos porque olha só, imagina cair literalmente de mau jeito num lugar onde ninguém compreende o que tu fala e tu também não entende bem dizer...nadinha do que estão falando, afirmo com a maior convicção que a maternidade é uma experiência encantadora e arrebatadora. 

 E, como toda imersão na vida selvagem ou numa cultura muito diferente da nossa, as dificuldades não são poucas... 


Uma vez li uma frase sensacional que, para mim, resume tudo: 


"Padecer no paraíso? Que nada! Ser mãe é se divertir no inferno...". 


Pois é. Já me culpei (e me culpo ainda, mas por outras coisas), me rasguei, me estressei, lutei, chorei e principalmente: mudei. Mudei como mulher, como ser humano e acho que apesar de ser um pouco doloroso (por causa do choque inevitável com a realidade), mudei para melhor. 

 Então, sabe aquela história que as viagens mudam a gente sempre? Pois é, informo que a maternidade é literalmente uma viagem...com a diferença que a gente nunca volta. E geralmente acha bom. Bom não, acha ótimo!  

 E sim: a sua vida nunca mais será a mesma.

 Sim: dificilmente você será como a Gisele no pós parto (a Galisteu não conta pq é óbvio que aquilo foi photoshop, néam?). Eu digo que acho a Ivete Sangalo uma coisa mais assim...realista? Então...

Sim: por um tempo você viverá como se estivesse meio fora de órbita, biruta, as pessoas talvez te achem meio estranha mas quem te ama de verdade jamais vai achar isso um problema (#estadopuerperalsucks). Mas calma, isso passa! Palavra!

 E sim, sim, siiiiiim: o seu mundo vai virar do avesso, de ponta cabeça, virar estrelinha e fazer polichinelo. Você muitas vezes olhará para o céu e pensará: "- O que foi que eu fiz com a minha vidinha que era tão minha, ó Senhor ????" (para se arrepender 20 segundos depois e se sentir uma monstra por uma semana por causa desse pensamento).  



Irá suspirar quando ver as fotos de suas amigas sem filhos na balada, mas quando sentir o calor daquelas mãozinhas te fazendo carinho no rosto, o cheirinho daquele cabelinho e ganhar aquele abraço tão apertado vai ter mais certeza ainda de que isso sim é felicidade - o resto é acessório. 


 E sim, definitivamente SIM: vai rolar a maior  identificação, além de surgir muitas amizades com outras loucas mulheres que assim como você embarcaram num safari e resolveram morar na selva. Que matam leões todos os dias, enfrentam feras e correm de um lado para o outro penduradas muitas vezes em cipós (oi Tarzan!). Que se desapegaram de muitas coisas porque viram que elas não faziam tanto sentido e afinal não tinham tanto valor assim. Que se apegaram em muitas outras coisas que de repente começaram a fazer sentido e a ter muito valor.   



E que - assim como eu -  são tremendamente felizes nessa aventura diária e deliciosamente insana chamada maternidade.

sábado, 2 de abril de 2011

Enquanto isso no lado de cá...a culpa e outras reflexões.

a


Essa semana a Alice está doentinha. Segunda feira a professora liga da escola, pedindo que alguém fosse buscá-la. Uma febre súbita, alta. Minha vontade era largar tudo, sair correndo e pegar minha pequena no colo. 

Mas eu não podia... Coube à minha mãe fazer isso.

Ah, pois é...não contei ainda mas estou trabalhando, de novo. Voltei à profissão para a qual me diplomei. Escritório novo, colegas novos, realidade nova e, principalmente, contato com rotinas e uma matéria que preciso estudar muito. Mas muito mesmo. Gosto de sentir segurança nas coisas que falo e escrevo; tenho que ir até o fundo e insistir. Mas reconheço que durante a faculdade (e toda a vida escolar) nem sempre tive maturidade para entender a grandeza do conhecimento que estava sendo passado no momento. Ou nem sempre tive a sorte de ter alguém que realmente cativasse e despertasse o interesse na matéria. Enfim...o fato é que tenho me dedicado bastante à esse novo trabalho. Além da óbvia necessidade financeira, existe a nem tão óbvia (mas muito forte) necessidade de realização pessoal. E vou confessar que gosto de me sentir capaz, produtiva. Aliás, quem não gosta?
Pois então foi assim naquela segunda-feira, muitas coisas para terminar no trabalho e o coração despedaçado por não poder correr ao encontro da minha filha.
Depois que saí do escritório fui com o pai dela num atendimento de urgência, onde foi constatado uma pequena infiltração no pulmão e – como de praxe – indicado um tratamento de alguns dias com nebulização, anti-mucolíticos e, para massacrar mais ainda meu coração e a minha alma – antibiótico. Confesso que cedi ao diagnóstico pois não tenho forças no momento para comprar brigas com o pai dela ou quem quer que seja. E também estou preocupada com a tosse dela que não cura há semanas. Cedi, então, ao tratamento. Claro que não vou ficar conformada e já estou à procura de um bom pneumopediatra e de um alergista para investigar isso mais a fundo.
Não está sendo nada fácil sair todo dia de manhã e deixar ela na minha mãe. Sei que ela está bem cuidada, a febre foi só aquele dia e cedeu logo, ela está indo faceira na escola. Mas a professora disse que ás vezes ela chora, e me chama... Minha mãe foi lá hoje de tarde fazer a nebulização e me ligou aos prantos porque ela obviamente chorou na hora da vovó ir embora. “Como assim a vovó veio e não vai me levar junto?”
E eu fiquei com vontade de chorar mais ainda, mas não pude. Não gosto e nunca gostei de misturar vida pessoal com trabalho, ainda mais um trabalho onde estou há menos de um mês.
E querem saber? Ás vezes acho que o mundo é muito sacana, mas muito sacana mesmo. Nós temos que ser profissionais, mães, mulheres lindas, perfumadas e bem penteadas, equilibradas, saradas, bons exemplos... E, de preferência, sem aqueles altos e baixos emocionais/hormonais típicos...de quem mesmo? Típicos das mulheres, vejam só. Pois é, mas o que nós somos mesmo? Ah, sim, quase me esqueci: nós somos mulheres, pô!
E quem diz que é fácil administrar tudo isso, que não sente nenhuma culpa em deixar a cria amada aos cuidados de outra pessoa, que nunca sente vontade de atirar tudo para o alto e gritar um palavrão bem feio e cabeludo... mente descaradamente, só pode. Ou descobriu alguma fórmula mágica (me conta?? Também quero!).
As únicas coisas que me reconfortam um pouco é primeiro saber que ao menos para mim, o trabalho engrandece a alma e a auto-estima; e quero que minha filha cresça com um exemplo saudável nesse aspecto. Afinal, auto estima (em níveis saudáveis) é a base de tudo, na minha opinião.  Tem também a constatação inevitável de que, ao menos nesse momento da minha vida, eu não tenho outra opção (em relação aos horários de trabalho e grau de dedicação -  que está sendo grande mesmo). Mas o que realmente me impulsiona para frente, me dá forças todos os dias para levantar e fazer tudo igual, correr o tempo todo é olhar para a Alice e ter a certeza que faça o que eu fizer na vida, desde que ela nasceu é tudo para ela e, principalmente, por ela.
Eu nunca contei aqui mas foi graças á minha filha que eu finalmente saí da adolescência com (cof, cof) trinta anos. Pois é, a Alice me deu de presente além da descoberta do amor incondicional, uma coisinha super importante na vida que se chama foco.
E assim eu sigo, esperando pela hora de chegar em casa e pegar minha filhotinha no colo, curtir os momentos em que apesar de eu estar um caco, são os mais felizes do meu dia.