Quando eu me descobri grávida, uma das primeiras coisas que desejei muito em termos de enxoval foi um sling. Não me lembro ao certo a primeira vez que vi um, possivelmente tenha sido pela web mesmo.
Enchi horrores o saco da minha mãe que tratou de garimpar um belíssimo sling de argolas (ring) lilás para mim.
Eu não fazia a menor ideia que existiam mais de um modelo, nem sabia muito bem como se usava (ai...falei).
Para ser bem sincera, todo o universo materno-bebezístico era um mistério para mim, nunca fui muito chegada nas brincadeiras de mamãe ou casinha. Minhas brincadeiras preferidas eram mesmo com as bonequinhas de papel ou a Barbie, e sempre no estilo 'sou adulta-e dona do meu próprio negócio-e moro sozinha-não tenho filho'.Juro.
Mas voltando ao sling....
Lembro que o sling era lindão, e vinha com um manual de explicações meio fraquinho (muito tempo depois descobri que o lance é procurar tutorial na web, hehehe). A pessoa que fabricava advertiu minha mãe que era preciso treinar, de preferência com um saco de arroz de 5kg, coisa que obviamente eu não fiz.
Então a Alice nasceu e depois do choque inicial e da pseudo-adaptação do meu corpo esmigalhado pelo cansaço à nossa nova rotina, eu tentei colocar a minha fofinha no dito sling, ela deveria ter um mês e meio.
E aí?
E aí que foi horrível. Ela chorou muito, mas eu disse MUITO. Se contorcia, ficava claramente desconfortável e eu me atrapalhava mais ainda. Para completar o sling era enorme e bem largo, sobrava pano para tudo que é lado. Tentei muitas vezes, em dias variados e não rolou...Acabou que eu troquei ele sem usar num brechó.
Mas é claroooo que não me dei por vencida. E lá fui eu realmente pesquisar sobre o assunto (o que deveria ter feito desde o início).
Decidi que queria um pouch sling, acabei encomendando de uma moça que fabricava sob medida. Custei um pouco para adaptar a Alice, que nessa altura estava com três meses, mas a coisa fluiu. Ela começou a AMAR andar pendurada!!!! Logo estava passeando com ela pela cidade e o sling não saia nunca da bolsa. Não era a coisa mais confortável do mundo mas dava para encarar e ser feliz (apesar de sentir um pouco de dor nas costas depois que usava). Tempos depois descobri que estava usando um sling um pouco grande para meu tamanho (sim, eu medi errado na hora de enviar o pedido para a fabricante...sling 1 x 0 Roberta).
Um belo dia nas minhas andanças baby-brecholentas encontrei um pouch sling bege, bem como eu queria de uma marca que sou muito fã. Precinho convidativo e tcharam... adquirido! Aí a coisa ficou boa mesmo! Era chegar em qualquer lugar e pronto, lá ia a Alice para o sling...nunca pensei que fosse uma coisa que chamasse tanto a atenção das pessoas. Perdi a conta das vezes que me pararam no supermercado ou no shoping, ou mesmo em um parque para perguntar o que tinha ali dentro quando ela estava dormindo (o que fazia surgir muitas respostas no mínimo impublicáveis) ou simplesmente para olhar de perto.
Ah, e é claro...as clássicas perguntas (estúpidas): "- Mas ela não está sufocada?", " - Mas a coluna não está toda torta?", " - Ai, isso aí é bom, heim...será que ela gosta?". A resposta variava conforme o meu estado de espírito no dia. Teve uma vez que perguntaram num elevador se não tinha perigo de amassar o bebê e eu respondi que estava testando e ainda não sabia ao certo. E fora tantas outras barbaridades ditas pela mais pura ignorância das pessoas (muitas vezes sem maldade, só vontade de se meter mesmo).
Afinal, se a guriazinha era toda sorrisos ou dormia um sono gostoso no sling é óbvio que ela estava gostando, né? (ai ai, rsrsrsrs).
E preciso dizer que o sling foi muiiiiito útil. Ficava direto com ela no maior soninho, enquanto eu digitava (com as duas mãos, oba!) em frente ao computador. Até no banheiro já fui com ela no sling uma vez que estávamos fora de casa (calma gente, foi só xixi, rsrsrs).
Me arrependo de não ter slingado mais, isso sim! É muito bom.
No início desse ano, com a Alice já bem crescida o pouch começou a ficar bem ruim para usar com ela dormindo (impossível na real), então decidi que era hora de tentar de novo o ring sling. E por acaso dei de cara com um que foi amor à primeira vista no mesmo baby-brechó que volta e meia eu dou uma passada (o sling é esse da foto, rosa de bolinhas brancas), com argolas de nylon, fabricante super conhecido. E usei muito, o verão inteiro! Mais recentemente comprei outro pouch que uso com a Alice na posição barriga com barriga e é um alívio nos momentos que estou com ela na rua e PRECISO usar os dois braços.
Mas é preciso que eu dê a minha opinião de maneira completa.
Explico: eu (opinião super- hiper- maxi-ultra pessoal, tá?) particularmente acho que o sling não substitui o carrinho no enxoval do baby. Sei que muita gente vai me atirar fraldas sujas mas é isso que penso.
Usar sling é uma delícia, isso é indiscutível, mas eu acho impraticável usar o tempo todo sem descanso. Por mais que a gente alterne o ombro onde ele fica apoiado, por mais que se use corretamente, ele pesa sim, em um lado mais que o outro. E dizer que isso não é verdade é no mínimo uma certa falta de senso (afinal o peso fica concentrado em apenas um ombro, no caso do ring e do pouch).
Já li depoimentos de mães que exaltam o uso do sling e afirmam que o carrinho é dispensável. Até por aí...né?
Se a mãe em questão tem em casa um bebê petit ou mais estilo mignon eu acredito. Mas se o bebê for como a Alice, assim...reforçadinha (nasceu com 4kg), não tem como SÓ usar sling. Também acho errado só usar carrinho e privar o filhote de um contato assim... mais físico, porém cada coisa em seu momento, né? E afirmar que o carrinho é um ítem dispensável só porque existe o sling me soa muito radical, e confesso que sou meio avessa à radicalismos.
Mas o que posso tirar dessa experiência deliciosa é que vale muito a pena sim, investir em um bom sling. Mas eu disse BOM, o que significa qualidade (então esqueçam os muito baratinhos).
Tem muito sling porcaria sendo vendido por aí, e isso me dá a maior raiva...Como alguém tem coragem de vender uma coisa de má qualidade para mães de boa fé?
Gente, além de muita sacanagem isso é um perigo!
Isso sem falar nos carregadores de bebê das 'famosas' que não são sling nem de longe (e esse foi até proibido em alguns países). Carregador de bebê para ser chamado de 'sling' precisa ser ergonômico, ou seja: precisa necessariamente acompanhar o formato da curvatura da coluna do bebê e ser confortável para ele.
E tem ainda a questão do tecido em que o sling é confeccionado. Tem que ser um tecido com uma certa firmeza. Tem um sling sendo vendido em diversas lojas de bebês aqui em Porto Alegre que é confeccionado num tecido meio molengo, parece uma malha sintética. Ele é muito ruim porque cede, fica todo mole e ainda é quente para caramba. Tenho amigas que usaram e detestaram, e eu mesma quase comprei um desses porque uma vendedora que não entendia nadinha da coisa ficou tentando me empurrar um a todo custo. Todos os produtos dessa marca são bons (tenho uma almofada de amamentação e diversas capas de travesseiro) mas o sling deixa muito a desejar.
No blog 'Sling Seguro' tem todo o beabá do bom sling, qualquer coisa que eu possa falar seria pouco perto das informações que vocês encontram ali. Eu poderia seguir descrevendo e enumerando os diversos modelos existentes no mercado mas seria redundante...o blog 'Sling Seguro' tem tudo o que qualquer mamãe de primeira, segunda ou décima viagem precida saber para escolher com segurança.
Ali na barra de blogs e links também tem alguns fabricantes que eu recomendo sem piscar! Pode ir sem medo!
E sabem, recentemente ando namorando um wrap sling. Uma amiga tem um e carrega um lindo bebezão (mais novo que a Alice, é verdade).
Eu continuo usando o meu pouch e o ring mas o wrap parece ser tão confortável...estou pensando seriamente...(juro que volto aqui e conto tudinho). E andei lendo que eles podem ser usados por bebês maiores...hummm, que cor será que eu escolho? Rsrsrsrsrs
E vocês, já slingaram hoje?
*foto: Alice amando o sling, em março de 2010.