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domingo, 20 de fevereiro de 2011

A saga da escolinha...


Amanhã, dia 21 de fevereiro de 2011, começa oficialmente o ano letivo na escola da Alice. 

Ou seja, para o calendário daquela escola em questão é hoje que as crianças de outras turmas irão avançar um nível, conviver com novos colegas, outra professora e outra assistente. 
 No caso da Alice eu tinha essa opção - esperar até 21 de fevereiro para começar a adaptação já na turma dela com a professora que seguirá com o mini maternal até o fim do ano. Mas preferi começar logo, na primeira semana de janeiro, enquanto eu ainda teria tempo para acompanhar a adaptação caso fosse difícil, sabe como é...final de fevereiro sempre tem muita coisa para fazer do ponto de vista econômico-financeiro (e no meu caso, isso será mais que bem vindo, trata-se de necessidade urgente!).
 Bom, como eu sei que tá todo mundo naquela ansiedade para saber como foi que a coisa toda se desenrolou, lá vai.

 A escolha da escola:
 Já na metade do ano passado eu tinha a forte convicção que escola era melhor que babá (no nosso caso). Não me agradava nem um pouco a ideia da Alice sozinha com uma estranha, por mais qualificada que ela fosse (até porquê as mais qualificadas sairiam bem mais caras que a escolinha). Trabalhei durante três meses no inverno (assim que ela fez um ano) e deixava um dia com minha mãe, outro com minha tia. Apesar de serem duas pessoas em que deposito minha total e irrestrita confiança, essa não era a melhor opção afinal minha mãe apesar de aposentada tem diversas coisas para fazer e minha tia então, nem se fala! Nunca vi criatura que trabalha mais do que ela e ainda dá conta de uma família grande. 
Mas era inverno...e a pediatra da Alice orientou a adiar ao máximo a entrada dela na escola nesse período do ano, o que aumentou o tempo da força-tarefa familiar (não, não foi nada fácil; agradeço muito para minha mãe, tia e primas).
 Comecei a peregrinar nas escolinhas perto da minha mãe. Teria que ser perto dela para no caso de algum imprevisto ela poder me dar uma mãozinha sem precisar se deslocar pela cidade. Tinha duas bem pertinho, uma delas a minha mãe foi sozinha conhecer e me passou o relatório. Boa impressão, preço dentro da expectativa. Fui conhecer a outra escolinha, eu diria que concorrente dessa primeira pois são quase ao lado uma da outra e levei a Alice junto (ela era no final das contas, a maior interessada né?) e foi uma decisão bem acertada. Enquanto a Alice saiu com a minha mãe para explorar todos os recantos da escola, gritando entusiasmada "nenê! nenê! nenê!", a diretora ficou comigo quase uma hora. Explicou, respondeu, explicou de novo...gostei do lugar. Ela disse também que a escola tinha outra sede, há umas quatro quadras dali - olha só - pertíssimo da minha mãe (menos de duas quadras). Fomos até lá e eu gostei muito também. Por ser uma sede menor, as turmas também eram reduzidas, o único porém é que essa filial só funcionava na parte da tarde. Isso foi em setembro de 2010. Acabei olhando uma ou outra escola pela internet, coletando informações com amigos, telefonando, mas visitar mesmo não fui em mais nenhuma.
 No final de dezembro conversando com uma pessoa que confio muito, ela me disse que o filho está há dois anos na tal escolinha que visitei, justamente na sede que fica perto da minha mãe. E recomendou tão bem que minhas dúvidas se dissiparam. Nesse meio tempo descobri que uma ex colega de faculdade deixou o filho na mesma escola até ele ir para o ensino fundamental. Na primeira semana de janeiro fui lá com a Alice e minha prima e acertei a matrícula. Tive mais certeza da minha escolha quando fui procurar a pequena e a encontro bem sentada na salinha refeitório, lanchando com a criançada, como se estivesse acostumada a fazer isso há muito tempo. E chorou na hora de ir embora. Isso foi numa quarta-feira, dia 5 de janeiro. Acertamos que ela começaria na segunda-feira seguinte, dia 10.

O primeiro dia de aula:
Confesso que mesmo sabendo que seria só adaptação e que possivelmente duraria umas duas semanas, fiquei beeeem ansiosa. 
Não dormi direito, era como se EU estivesse indo para a escola#simmãeébichoesquisitoesemnoçãoásvezesquasesempre#
Chegamos lá, Alice correu para brincar com a criançada no pátio. Como não era período letivo oficial, as turmas do mini-maternal e maternal estavam meio misturadas, tipo colônia de férias. Nesse dia ficamos só até a hora do lanche e fomos embora com a pequena protestando. Mesmo feliz, ela fazia questão de me enxergar ou reclamava. Não chorou nadinha, só para ir embora. 

O segundo dia
 Decidi já ficar até o final da aula, afinal queria muito que ela se acostumasse a jantar na escola. Além de ser uma preocupação a menos para mim no fim do dia, me incomodava muito o fato dela jantar tarde em casa, depois das 20:30. Lá fomos nós... Como estava um calor infernal, além dos brinquedos que existem no pátio, tinha uma piscina para os pequenos e outra para os maiores. Não preciso dizer que a Alice amou e que eu não tinha levado fralda de banho para ela... Fiquei mais afastada dessa vez, mas levantava toda hora para espiar, ver se estava tudo bem...aquela paranóia básica materna. Não paguei o mico de ficar dentro da sala (até porque não foi necessário). E lá se foi mais uma tarde em que pensei em como seria bom ter levado um livro. Lá pelas tantas vejo a Alice correndo pelada pelo pátio. Sim, eu disse p-e-l-a-d-a!!! Puxa, isso é que eu chamo de se sentir a vontade (foi meu primeiro pensamento), em seguida lá fui eu correndo levar uma fralda para ela. A professora rindo explicou que ela tinha feito um gigantesco cocô, por pouco não foi na piscina (ai Alice!) e como a fralda estava inchada da água, vazou na calcinha branquinha...Ok, calcinha tapa-fralda bordada colocada no lixo (jamais tentar limpar desastres cocozentos de roupinhas brancas, perda de tempo...). Depois ela brincou, brincou, lanchou, brincou mais e jantou. Tão feliz sentadinha na cadeirinha, com outras coleguinhas, tentando comer sozinha. De vez em quando ela me olhava e dava um sorriso enorme.  E eu não consegui segurar a lágrima que correu do olho, um misto de orgulho e saudade da minha bebzinha que tá crescendo (clichêzão medonho mas verdadeiro).

O terceiro dia na escola e o último da adaptação:
 Chegamos lá e ela já correu para a professora, deu a mão para ela e me deixou para trás. Sensação esquisita, um quase ciúme besta que desapareceu assim que vi a felicidade no rostinho dela, correndo, brincando, interagindo com as outras crianças. Nesse dia fiquei mais escondida, não deixei ela me ver, até para testar se ela sentiria minha falta, ia me chamar e etc.  Fiquei observando de longe todos os passos da pequena nesse novo mundo. Depois do lanche eu resolvi arriscar...tinha muitas coisas para fazer ali nas redondezas e depois de falar com uma das professoras saí combinando que se a Alice chorasse, me chamasse ou qualquer outra coisa acontecesse (invasão alienígena, por exemplo) elas iam ligar imediatamente para meu celular e o da minha mãe (que mora ali ao lado quase, lembram?).
E não ligaram, ela não chorou, jantou direitinho e estava feliz e cansada na hora que fui buscar.

E olha, eu sei que cada criança tem um ritmo, uma personalidade, necessidades diferentes e não existe nem melhor nem pior, bom ou ruim...existe apenas a criança como ela é, única e maravilhosa ao seu modo;  e respeitar a individualidade é uma das maiores provas de amor que podemos dar a um filho.  Mas foi impossível não sentir as lágrimas escorrendo de novo ao observar o quanto a Alice estava tranquila, comunicativa e se entrosando com todos. Dá um orgulho danado, daqueles que fazem o peito parecer que vai explodir. E sim, não vou negar que enxerguei muito de mim mesma nela, e ver coisas positivas nossas refletidas num filho é uma alegria imensa, é sensação de continuidade, é saber ser o espelho dessa criaturinha que tanto amamos e ficar feliz por espelhar coisas positivas.

E assim estamos indo desde então. No quarto dia ela já ficou numa boa, deu tchauzinho e tudo, pegou a mão da "tia" e se foi pátio afora. Para não dizer que não teve alguns tropeços, umas duas semanas depois a turma do mini-maternal (turma da Alice) foi transferida para a sala que irão ocupar até o final do ano, que havia acabado de passar por uma reforma. Por uns quatro ou cindo dias ela reclamava muito, chorava na hora de entrar na sala. Mas nada que uma conversa não resolvesse na hora mesmo. E passados esses poucos dias já estava feliz da vida de novo. Recentemente ela começou até a tirar uma soneca na escola, coisa que eu achei que nunca faria. 
 
*** Tinham outras crianças em processo de adaptação em idades variadas (alguns mais novinhos que a Alice, outros maiores) e uma coisa que reparei foi que parece que os meninos tem mais dificulade nesse processo. Não sei se é apenas impressão ou foi um acaso os meninos que vi estarem mais resistentes em sair de perto da mãe/avó/tia/pessoa que estava com eles. Coincidentemente, na mesma semana uma amiga ligou para conversar sobre isso e contar que a adaptação do filhote dela (um ano e um mês) estava sendo bem difícil. Outra amiga que já tem o filhote (dois meses mais velho que a Alice) na escolinha há mais tempo já tinha me avisado para ter muita paciência pois o processo poderia ser demorado (o dela foi).
 Alguma mamãe de menino por aí para nos contar a sua experiência???? ***


 Considerações
 Sim, escolher uma escolinha/creche  pode ser uma tarefa difícil. Se a gente não tem uma conveniada com a empresa ou filho maior, sobrinho, afilhado matriculado em uma para termos uma boa indicação a coisa complica mesmo. São dezenas de opções, preços variados e propostas diferentes. 
 No meu caso, precisava ser numa área específica da cidade, pensando em facilitar a minha vida e a da minha mãe, e eu teria que achar a escolinha boa, lógico. Tive sorte de ter gostado de uma que algum tempo depois foi super bem recomendada. 

 A questão do preço: a escola da Alice não é barata. Está sendo possível mantê-la por lá graças a esforços conjugados de uma super tia que é como se fosse minha segunda mãe, minha avó e a avó paterna da Alice (aí não fica pesado para ninguém). E sabe, se a gente levar em conta toda a estrutura oferecida, lanches, janta, professoras qualificadas e crianças felizes no lugar, não chega a ser um valor exorbitante... A escola dela tem 42 anos, a diretora disse que todas as professoras são formadas em pedagogia e o cardápio é supervisionado por uma nutricionista. Não preciso mandar nada, nem um biscoito. Também posso solicitar alterações de acordo com a dieta da Alice (substituir algum alimento que ela seja alérgica ou que eu não queira que ela coma, se for o caso).Somando tudo isso à manutenção da escola em si, não se torna uma coisa absurda, não.
Existem lugares mais baratos? Sim, com certeza. Mas também existem mais caros, beeeeem mais caros, podem acreditar.  Nesse caso, até teria uma outra que me pareceu bem legal por fora (não cheguei a visitar porque já tinha matriculado a Alice quando passei pela frente) e que a diferença de valor não chegava a R$ 100,00. Percebi também que a localização influi bastante no valor final.
Fora isso tudo, é claro que tem a lista do material escolar...assusta um pouco mas também não é nada do outro mundo, muitas coisas talvez até quem tenha filhos maiores já tenha em casa (folha de EVA, pasta para folha duplo ofício, giz de cera, etc). Também deixei uma caixa plástica grande com o nome dela, para guardar as coisinhas de uso pessoal (fralda, pomada, lencinhos umedecidos, escova de dente, pasta, sabonete), além de mandar uma toalinha limpa com nome toda segunda-feira. 

Estou até agora muito satisfeita, os progressos no desenvolvimento da Alice já são visíveis com apenas um mês e meio de aula. Ela já está falando bem mais, aumentou o vocabulário e aprendeu a calçar a sandália sozinha (muitas vezes troca os pés, mas tá valendo a tentativa, hehehe). Também já está comendo sozinha quase sempre (com direito a grãos de arroz voadores e massa que vai parar na testa, mas também tá valendo muito, hehehe). E levando em conta que ela ainda não completou um ano e nove meses, acho que tá bom demais.  
 Se tudo isso aconteceria igualmente se ela ficasse em casa comigo, minha mãe ou qualquer outra pessoa? Não sei dizer, talvez sim, talvez não. O que posso dizer é que relação à Alice, a escolinha foi, sem dúvida, uma das melhores decisões que tomei. 
Às vezes penso que poderia tê-la colocado antes...não tenho como adivinhar como teria sido, talvez igualmente fácil ou um completo desastre, vai saber? Mas posso dizer que no meu caso, me guiei pela intuição.  Acho que ninguém no mundo conhece nossos filhos melhor que nós mesmas (é o que a minha mãe sempre diz), então só a gente para saber o momento certo para uma série de coisas, não é?

Claro que existem mães que não tem outra opção, precisam deixar seus filhotes na creche/escolinha assim que retornam ao trabalho, e eu sei que  na maioria das vezes fazem isso com o coração mais que despedaçado. E sei também que algumas mães fazem isso com a maior facilidade e naturalidade do mundo, até sem necessidade, apenas por opção. Cada um vive a sua realidade e como já falei antes, não existe melhor ou pior, certo ou errado. Existe aquilo que é bom para você, que é compatível com a SUA realidade e sua vida. E que ninguém venha encher o saco, impor suas leis ou suas verdades, afinal o que é bom para mim pode ser péssimo para outra mãe e vice-versa.

 E o amor pelos filhos? 
 Ah, esse é igual no coração de todas nós...por unanimidade, coisa boa!

3 comentários:

Daniele disse...

ai e pensar que lá vou eu começar essa saga novamente.

guguinho tem 4 anos, foi para a escola com 4 meses já para iniciar a adaptação e se deu muito bem... fiquei de coração partido, mas enfim, 4 anos se passaram e ele gosta da escola.

Agora, estou grávida novamente... e só de pensar na escolinha me dá vontade de nem voltar mais ao trabalho... ó céus, ó vida...

vc leu o manifesto para as maes? tem no meu blog, mas vou colar a frase que mais me pega aqui embaixo.

Mãe que vive em uma sociedade que a glorifica, ao mesmo tempo em que a obriga a terceirizar a criação dos seus filhos. Seja por necessidade, independência ou reconhecimento. Como se, em qualquer um desses casos, essa não fosse uma decisão extremamente difícil.


beijocas

Nine disse...

Oi guria! Que legal que a daptação da Alice foi tranquila! Li o seu relato com o coração na mão, pois este é um assunto super sensível para mim.

Eu tive, ou melhor, optei pela escolinha assim que tive de voltar ao trabalho e foi horrível...problema a ser superado um 1 ano ou 2, conforme o andar da carruagem.

Hj deixo minha filha com uma babá em casa e ela brinca com as crianças da vzinhança, mas eu moro numa cidade minúscula hj, coisa que não acontecia no ano de 2009 qdo voltei ao trabalho.

É como vc disse, cada família tem a sua realidade, suas necessidades e/ou vontades; e cada criança é única na sua personalidade, então cabe a´nós pais enterdermos a criança em sua plenitude.

Beijos e parabéns às duas!
Nine

Ariana Kuriki disse...

OI...MINHA FILHA TEM 1 ANO E 11 MESES E VAI PARA A ESCOLINHA DESDE OS 4 MESES...FOI A MELHOR COISA QUE EU FIZ...É SUPER INDEPENDENTE...COMO SOZINHA DESDE SEUS 1 ANOS E 6 MESES, CALÇA O SAPATO SOZINHA, TIRA A ROUPA PARA TOMAR BANHO(MENOS A BLUSINHA...É NITIDA A DIFERENÇA DELA COM CRIANÇAS QUE NÃO FREQUENTAM A ESCOLA COMO ELA NESSA MESMA IDADE...DECISÃO MAIS QUE ACERTADA A SUA.BOA SORTE...BEIJOS