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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Então é Natal (de novo, como assim?)...

 
Pois é, já é Natal...de novo.

Como assim?????

Recém ontem foi o Natal de 2009, a Alice era uma bebezinha de colo e estava um calorão ao estilo forno de pedra aqui na nossa terrinha...

 De tudo isso a única coisa igual é o calorão...a Alice hoje é uma bebezona (cof, cof...uma menina pequeninha?) e já estamos no Natal...de 2010.

 Confesso que essa correria louca de braços dados com o consumismo desenfreado me deixa pouco à vontade (e não só em Dezembro, em qualquer época do ano). Faz dois dias que precisei ir ao centro da cidade fazer fisioterapia (sim, na coluna...recomendo muito para quem tem filho pequeno, viu?) e minha mãe - que ficou com a Alice - ligou e pediu para eu trazer um presente para o sobrinho do meu padrasto que tem quase dois anos.
 Na hora pensei "Que moleza! Conheço t-o-d-a-s as lojas daqui, vai ser legal dar uma volta". 
Isso até me deparar com a loja que eu queria ir (e todas as outras ) porque a frase que veio, então, na minha cabeça é definitivamente impublicável num blog de temática materna.
 Olha, não sou uma pessoa daquelas murrinhas que detestam festas, confraternizações e Natal. Ao contrário. Adoro uma junção, uma homenagem sincera (sou a primeira a me oferecer para organizar a festa!), e admito (com um tiquinho de orgulho, hehe) que sou piegas para caramba. Choro até em comercial de supermercado e fralda, me emociono com as coisas mais improváveis - e tudo se agravou com a maternidade, é óbvio...
 Mas...ali no meio daquela multidão ensandecida que mais parecia uma manada de búfalos selvagens (tadinhos dos búfalos), as pessoas se atracando pela atenção de vendedores, lugar na fila, peças de roupa em promoção...baixou um pouco a minha moral.

Enquanto eu caminhava para o lado oposto (atrás de outro lugar para comprar o presente) fui lembrando dos meus natais através dos anos. Impossível não entrar num astral de "voltar o filme" (ou rebobinar a fita...mas aí denuncia demais a idade néam? rsrs). 

 Num piscar de olhos eu estava de novo na casa da minha avó paterna, ajudando a montar uma árvore verde enorme (será que era assim tão grande ou eu que era tão pequena?). As bolas de enfeite pintadas artesanalmente, quando quebravam faziam mil farelinhos de vidro que podiam entrar na mão e parece que ainda escuto o meu avô pedindo para eu segurar com cuidado. Ali na sala da minha avó tinha uma pitangueira em um vaso (bem crescidinha para estar dentro de casa) onde ela amarrava muitos bombons...era mesmo uma festa. 
 E na noite de Natal, por alguns anos todos nos reuníamos na casa da minha outra avó (mãe da minha mãe). Lembrei da árvore dourada e do presépio que me causavam um fascínio inexplicável. Como eu gostava de arrumar o presépio! E a mesa - como quase toda casa de avó -  era enfeitada com uma toalha branca com motivos natalinos (de um gosto um tanto duvidoso, é verdade) mas aos meus olhos de criança aquilo era um momento solene, afinal a toalha só saia da gaveta nessa data. 
 E o perú? Ah, o cheiro do perú...(naquele tempo era perú mesmo, e não Chester e cia). A casa inteira ficava impregnada pelo cheiro do tempero e eu esperando ansiosamente para provar a farofa do recheio. Os adultos em geral alegres, eu e meus primos brincando e pensando no que ainda viria nessa noite tão especial. 
 Então, um pouco antes da meia noite meu avô paterno sumia e de repente o Papai Noel em pessoa aparecia. Mesmo sendo muito pequena eu sabia que era meu avô ali vestido naquela roupa vermelha, no calorão de dezembro, feliz da vida distribuindo presentes. Eu sabia que era ele mas fazia de conta que acreditava -  mais por ele e os outros adultos do que por mim -  não poderia estragar a alegria de quem preparava aquela festa. E principalmente, me sentia feliz em saber que o meu avô era quem mais curtia tudo aquilo. São lembranças felizes e me sinto privilegiada por carregá-las comigo. 
Fiquei pensando no quanto quero passar para a Alice todo esse sentimento legal, em como quero que ela possa um dia lembrar de tudo isso com o mesmo carinho que eu...
Eu sei que esse discurso é batido e nada original mas pôxa, quero que minha filha valorize as coisas realmente importantes da vida e que entenda (e acredite) que os grandes presentes cabem dentro de um abraço e geralmente são coisas que o dinheiro não compra.  Que é muito mais legal ganhar um livro que vai te acompanhar muitas vezes para o resto da vida (e ainda passar para seus filhos, porque não?) do que uma boneca que anda, fala e brinca sozinha (por exemplo).  Que todos aqueles brinquedos e coisas do gênero são muito legais sim, é divertido tê-los mas que não são indispensáveis para ser feliz. 
 Indispensável para ser feliz é uma família - que pode ser biológica, do coração ou mesmo seus melhores amigos -  que acolha, proteja e ensine algumas coisas sobre a vida para que possamos ter condições de voar com nossas próprias asas e fazer nossas próprias escolhas com segurança e convicção. 
 Eu mesma fiz um exercício para lembrar qual foi meu melhor presente de Natal olhando um álbum antigo, e sabe o que descobri? 
Meus melhores presentes são as boas lembranças. Simples assim.
 E nessa hora eu tive mais certeza do esforço e empenho que precisarei ter nessa amorosa, árdua, intensa, enlouquecedora, divertida & tremendamente feliz  missão que é educar um filho para o mundo.


 Gente, quero finalizar esse post desejando um super, estupendo, perfumado, amoroso e alegre Natal para todas(os) vocês e suas famílias!!!!!!!


Ps: consegui encontrar uma loja em condições de fazer compras sem ser pisoteada e comprei o presente que minha mãe pediu!

Imagem: Getty Images Brasil

2 comentários:

Carolina Canazaro disse...

Que massa esse teu post, totalmente em sintonia com meus 'pensares' nos últimos dias... também quero que a pequena tenha boas memórias das festas, e tenho quebrado a cabeça pra isso. Claro que agora ela ainda não se liga, mas estávamos pensando em comprar árvore de natal e tudo, mesmo sabendo que o importante fica longe disso - no nosso caso, longe mesmo... Bom, resulta que não compramos a árvore, e não vamos fazer nada de especial, fica pro ano que vem. O engraçado é que aqui é tradição (muito bizarra, por sinal) que as companhias dêem de presente de Natal uma "pierna de jamón", assim que alguém chegou em casa carregando uns 10Kg daquela coisa! Meio que me dá arrepios só de olhar... a versão espanhola do saco do Papai Noel hahaha! Beijão e um super natal pra vocês! Carol

Beta disse...

Love u Carol...
E pode deixar que levo um jamón lá na tua mãe quando vcs chegarem aqui no Brasil, hehehehe.
Bjoooooooooo, louca de saudades como sempre.