E hoje pela primeira vez ela viajou sozinha sem mamãe ou papai... (o pai vai mais tarde encontrá-los).
Pegou uma carona para praia com o tio, a tia e o primo que ela ama de paixão.
Entusiasmada, com a bolsinha a tiracolo com o inseparável copinho de suco e a garrafinha de água, só sabia cantarolar 'eu vou pá páia, eu vou pa páia...".
Entrou no carro, se ajeitou na cadeirinha e me deu tchau. Sorria sem parar.
Por um momento me projetei uns 16 anos (ou menos) no futuro, e a vi pegando a mochila, a chave de casa, me dando um beijo e batendo a porta...saindo para desbravar o mundo, navegando pelo oceano da vida. Senti uma familiaridade tão forte com essa cena imaginária e me dei conta que já vivi isso, sim...com certeza.
A diferença é que agora não sou eu quem sai de mochila mundo a fora. Eu sou a que fica esperando com um misto de orgulho, saudade e um tanto de preocupação (toda mãe sempre sente, não é?).
E mais uma vez finalmente compreendi a minha mãe. E os meus óculos ficaram embaçados e molhados, como sempre ficam nessas horas.